terça-feira, 22 de setembro de 2009

Sobre nada.

Não quero escrever. Faz muito tempo que não escrevo. Acredito que nem sei mais como se faz. Expor meus sentimentos, minhas vivências, experiências... Não consigo mais. Não é como andar de bicicleta, também faz muito tempo que não ando de bicicleta. Aliás, faz muito tempo que eu não vivo. Encontrei algo que me faça escrever: minha não vida.
Hoje, quando voltava da faculdade, encontrei um velho amigo - e nem sei mais se ainda é um amigo. Dissemos um pro outro como estávamos com saudade, como nossa adolescência foi ótima e como sentimos falta das tardes sem nada para fazer. Combinamos de reunir nossa antiga turma. Penso que nunca mais nos reuniremos.
Não me levem a mal, eu tenho um apreço muito grande por esse velho amigo e por todos amigos que já estiveram em minha vida. Mas cada um de nós tomou um rumo. Cada um seguiu sua vida. E eu continuo com a minha não vida. Sem tempo pros velhos amigos. Centrada no 'o que vai ser da minha vida' ao invés do 'o que é a minha vida'.
Entendam, antes, que minha não vida não é ruim. Tenho tudo o que preciso. O que falta é algo inexplicável para mim. Talvez me falte o que vivi e quero viver de novo, ou o que não vivi e anseio para viver. Ainda não sei. Mas não tem tanta importância assim, é só uma não vida mesmo.
Melancólico, não? Talvez. Em alguns momentos da minha não vida, há espaço para bons momentos. Um sorriso aqui, um olhar ali, brincar um pouco no parquinho com as crianças, um beijo, um alguém novo, um alguém velho, um encontro inesperado com um velho amigo...
P.S.: Essa noite, fiz um caminho de volta da faculdade diferente do que costumo fazer, e recusei uma carona de um outro amigo. Seria o destino me convidando para uma reunião com antigos amigos? Não sei.